por: Franklin Couto | publicado em 03/02/25 às 21h06
Uma Nova Voz na Política de Valença
Valença – A política valenciana é um campo dinâmico, repleto de desafios e transformações. No mais recente episódio do podcast do Blog do Franklin, recebemos Gabriel Maciel, advogado, ex-candidato a vereador e um dos nomes que vêm se consolidando como uma nova força na política local. Aos 35 anos, Gabriel tem trilhado um caminho de engajamento e atuação firme, mesmo sem ter sido eleito.
A conversa foi pautada por três temas centrais:
• A experiência de ter sido candidato
• A importância da oposição
• A transformação política na cidade
O resultado? Um papo enriquecedor, que revela bastidores, desafios e perspectivas sobre o presente e o futuro político de Valença.
“A política precisa ser discutida, debatida e construída de forma coletiva”
Gabriel Maciel acredita na política como ferramenta de transformação social. Formado em Direito pela Faculdade de Valença, ele atua de forma autônoma e, em 2024, decidiu dar um passo adiante ao lançar sua candidatura a vereador. Apesar de não ter sido eleito, sua expressiva votação e a receptividade do público o incentivaram a continuar na vida pública.
“Minha experiência na campanha foi uma das mais intensas da minha vida. Conheci cada canto da cidade, ouvi as dores e aspirações das pessoas e entendi, na prática, o que realmente move o eleitorado valenciano”, destacou.
Com 379 votos, Gabriel foi o candidato mais votado do seu partido e do campo progressista na cidade. Para ele, o maior aprendizado foi perceber que a política é uma construção contínua e que precisa ser feita em diálogo com a população.
A Valença de Hoje: Mudanças ou Continuidade?
Ao ser questionado sobre as mudanças na cidade desde a última entrevista concedida ao blog, Gabriel foi categórico: “Mudança? Não vi nenhuma”.
A posse do novo prefeito, que pertence ao mesmo grupo político do governo anterior, trouxe expectativas, mas, segundo ele, nenhuma alteração estrutural significativa. “A cidade continua enfrentando os mesmos desafios de sempre, sem uma sinalização clara de que algo realmente transformador esteja sendo feito”, afirmou.

Além disso, Gabriel alertou para a falta de diálogo na atual gestão. “O governo foi eleito com uma margem de votos muito ampla e praticamente extinguiu a oposição na Câmara Municipal. Isso gera um ambiente político desequilibrado, onde as decisões são tomadas de cima para baixo, sem ouvir a população.”
O Papel da Oposição e a Construção de um Novo Grupo Político
Apesar de não ocupar um cargo eletivo, Gabriel se vê como uma peça importante na construção de uma oposição atuante em Valença. “O que me motiva a continuar é a crença de que podemos fazer política de outra forma, com mais transparência, diálogo e participação popular”, explicou.
Segundo ele, um dos primeiros desafios dessa nova oposição é justamente se fortalecer e mobilizar a sociedade. “Criar um grupo de oposição em Valença não é tarefa fácil, pois há uma estrutura política consolidada que desestimula novas lideranças. Mas isso precisa mudar. Se quisermos uma cidade diferente, precisamos começar agora a plantar essa semente”, ressaltou.
Atualmente, Gabriel está em processo de filiação a um novo partido, mas reforça que sua atuação seguirá no campo progressista e democrático. “Quero autonomia para construir algo coletivo e que tenha impacto real na cidade.”
“O que me motiva a continuar é a crença de que podemos fazer política de outra forma, com mais transparência, diálogo e participação popular”
Gabriel Maciel – em entrevista ao blog
A Polêmica do Fechamento das Escolas
Um dos temas mais debatidos na entrevista foi a decisão do governo municipal de fechar escolas na cidade, especialmente em áreas rurais e bairros periféricos. Para Gabriel, essa medida foi autoritária e sem diálogo com a comunidade escolar.
“Os pais foram pegos de surpresa. As escolas representam um elo fundamental com as comunidades, e fechá-las sem uma justificativa plausível é um erro grave. Houve resistência da população e, em alguns casos, a mobilização conseguiu impedir os fechamentos, mas outras escolas não tiveram a mesma sorte”, relatou.
A decisão de fechar as escolas veio através de uma lei delegada, aprovada pela Câmara Municipal sem amplo debate público. “Foi uma medida imposta. Nem mesmo os vereadores tiveram autonomia para discutir o tema, pois a Câmara simplesmente delegou esse poder ao prefeito”, criticou Gabriel.
O assunto gerou forte comoção social, com protestos e ações judiciais movidas pelo Sindicato dos Profissionais da Educação. “O governo tratou o fechamento de escolas como uma questão política, minimizando os impactos sociais e educacionais dessa decisão”, acrescentou.
Concursos Públicos e o Estado de Calamidade
Outro ponto crítico abordado foi a falta de concursos públicos em Valença. Gabriel lembrou que o governo municipal optou por realizar um processo seletivo para a área da Educação, preenchendo 419 vagas sem um concurso efetivo.
“Isso não é prioridade para eles. O atual prefeito e seu grupo político estavam no poder há oito anos e não realizaram nenhum concurso significativo nesse período”, destacou.
Além disso, a recente decretação de estado de calamidade financeira pela prefeitura foi outro tema de preocupação. A medida permitiu a contratação de um empréstimo de quase R$ 60 milhões, aprovado sem resistência pela Câmara.
“É estranho que um governo que já estava no poder há tanto tempo só agora tenha percebido a situação financeira da cidade. Essa medida dá ao prefeito um cheque em branco, sem transparência sobre como os recursos serão utilizados”, alertou Gabriel.
O Futuro de Valença e o Chamado à Participação Popular
Ao final da entrevista, Gabriel Maciel fez um apelo à população valenciana: “A política só muda se as pessoas se envolverem”.
Para ele, é fundamental que a sociedade participe mais ativamente, fiscalize e cobre seus representantes. “Os políticos não podem ser idolatrados. Eles são servidores públicos, e é nosso dever fiscalizá-los. Precisamos romper com essa cultura de que política é coisa para poucos”, concluiu.
Com um olhar crítico, mas propositivo, Gabriel reforçou seu compromisso em continuar atuando na política municipal, organizando grupos, promovendo debates e cobrando ações concretas para melhorar a cidade.
“Tem muita gente insatisfeita, mas ainda falta organização. Esse é o desafio: unir essas pessoas e transformar essa insatisfação em ação política concreta.”
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